É, para mim, motivo de satisfação estar com a AEBJ hoje, diante do fato de que a Associação tem por meta colaborar para o desenvolvimento e o bem-estar da comunidade brasileira no Japão.
A AEBJ tem a vocação de ser um dos mais valiosos instrumentos para melhorar qualidade de vida dos brasileiros neste país; todos sabemos da importância da escola na vida das famílias brasileiras, especialmente em relação ao futuro das crianças e jovens no Japão.
Se a AEBJ deseja realmente desempenhar o alto papel que deve ter, suas realizações devem ser medidas pelos resultados alcançados pelas escolas e pelos alunos; a responsabilidade pelos êxitos dos estudantes, mas também pelas deficiências e pelos tropeços, deve ser compartilhada.
A AEBJ possui valiosos recursos que devem ser destinados ao aperfeiçoamento de todas as escolas, de forma transparente, em programas sólidos e abertos, visíveis. Exemplo de necessidade concreta que poderia ser alvo de ação da AEBJ é a contratação de professores de japonês, para que os alunos brasileiros possam ter uma inserção mais segura e bem-sucedida na sociedade japonesa.
Na busca por engajamento dos membros e resultados, a AEBJ pode dar atenção às disparidades de participação que podem ocorrer; sabemos que a comunidade brasileira espalha-se por muitas regiões do Japão, algumas distantes. Em condições de escassez de recursos, talvez fosse possível desenvolver formas de descentralização e desconcentração de poder de voto e voz, mediante, por exemplo, criação de seções regionais e/ou funções locais, que participariam das reuniões gerais e representariam os associados que não pudessem comparecer. Essas seções regionais poderiam administrar as ações da AEBJ nos locais mais distantes, como responsáveis pelos recursos a serem destinados às escolas mais carentes.
Finalmente, deixo meus votos de que tenham um bom trabalho e que consigam levantar as questões realmente importantes para os verdadeiros destinatários dos recursos que são colocados numa associação de escolas: as instituições de ensino e, principalmente, os alunos e as famílias brasileiras. Para isso, os associados devem vencer os impulsos de concorrência que existem, é verdade, no mercado, mas não numa associação.
Ao chegar ao Japão pela segunda vez, após mais de 20 anos, fiquei surpreso de ouvir tão pouco de uma associação de escolas, visto tratar-se de uma das questões mais importantes para os brasileiros. Quando me encontrei com o Presidente da AEBJ, ouvi sua disposição de atuar de forma transparente, aberta e eficaz. Eis uma oportunidade singular de reunir forças e atuar nesse domínio tão elevado e nobre que é a educação de nossa gente aqui no Japão.